Os beijos que enviamos, uns aos outros, têm por vezes que viajar distâncias enormes, e têm sempre inúmeras razões por tardar em chegar, ou se fazer sentir, porque por vezes estamos tão distraídos com o ritmo frenético da sociedade e das nossas vidas, que nem os sentimos chegar. Este beijo, porém, embora pequeno, como outros tantos que já te enviei, teve que atravessar dois continentes, e quase meio mundo, antes de chegar ao seu destino final, destino esse, o canto superior esquerdo do teu pescoço, que embora não o conheça, ao pormenor, tenho a certeza, de que é belo e macio, e quiçá, sensível ao tacto de um dedo que deslizando sobre o teu pescoço, quase sem o tocar, como se o dedo estivesse somente a sondar a textura e orgânica, de algo imensamente belo e frágil. Pois bem, este beijo, como disse, embora pequeno como outros tantos, é mais forte e capaz do que os demais, e ainda mais sentido e com mais energias do que todos os outros que já te enviei. Durante a sua viagem, o seu lon...
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O mesmo se passa quando você, caro escritor, publica artes destas. Cá fica, o seu caro leitor, a tentar imaginar e a acreditar que ela tem algo sobre si. Mas o quê?
É essa uma das graças da vida: perceber os outros para além daquilo que os outros nos mostram. Por isso, cá vou continuar fiel ao seu Blog, tentando encontrar respostas para essa pergunta, que nunca terá UMA resposta.