Caminhos da Vida
Já não escrevo há semanas, e sinto, neste momento, um sem fim de ideias, pensamentos, e palavras, atravessarem-me a mente, como se tivessem aberto as comportas de uma barragem, que já transbordava de água. Sentimentos à flor da pele, que agora, me fazem pensar, em quem sou, em o que sou, em quem chegou à minha vida, e em quem deixou de aqui estar. Penso, em quem era, em quem sou e em quem quero ser. Em quem gosto, e em quem amo. Em quem marcou-me, para o bem e para o mal, e em quem deixei de gostar, deixei de amar, ou simplesmente, deixei que os meus sentimentos deixassem de existir, e sentir, o que quer que fosse. Penso em ti. E também em ti. E agora, penso em ti. Agora, que te sinto mais perto do meu coração, mas mesmo assim, distante, como nunca. Penso, que mesmo sabendo que nunca nos teremos, um para o outro, estarás para sempre dentro de mim. Penso, novamente, em ti. Não, não em ti. Tu, tu que deverias ser a pessoa, a par dela, que eu mais deveria amar, mas pela qual sinto, um par contraditório, de sentimentos, que muda, constantemente, conforme a disposição, o vento, ou simplesmente a jornada do dia. Penso, em tudo o que te fiz, e em tudo o que me fizeste, e tento juntar tudo, numa balança, que me diga, para que lado tender. Mas, em vão; a balança, recusa-se, a pesar, e a marcar o que quer que seja. Não há vencedores nesta batalha, até porque não se trata de uma. Penso, em quantas vezes decidi, que te ia apagar, eternamente, da minha vida, e desejar, que seja forte suficiente para o suportá-lo. Penso, nas vezes, em que, só, com os meus sentimentos, derramei, um mar de lágrimas, esperando que me dissesses algo, esperando que o tempo voltasse atrás, e pudesses ser aquela pessoa que mais me orgulhava. Penso, em quantas vezes desejei que partisses, e em quantas, outras tantas, desejei e supliquei para que ficasses, e que chegasse o dia em que pudéssemos fazer as pazes, e não esperar nada em troca, sendo honestos com nós próprios, e reconhecendo aquilo que somos. Penso. Penso. Penso.... E tento escrever aquilo que passa pela minha própria censura, que como ninguém, sabe o quanto censuro, e guardo, dentro desta frágil barragem de pensamentos, memórias, e tudo o demais. Tenho sede. Sede de escrever. Sede de libertar-me e falar abertamente com alguém. De me conseguir abrir, para alguém. De me conseguir abrir a alguém. Gostava de saber, não o que o futuro me reserva, mas, aquilo que quero do futuro. Gostava, de ter um caminho, por mais estreito, e íngreme que ele fosse, por mais escuro, perigoso, e assombrado que ele fosse, gostava de ter um caminho, e de ter a força, e a audacidade para o seguir. Passo a passo. Um pé depois do outro.
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