Morena, ou talvez até, Mulata. Moçambicana. Naturalizada Portuguesa. Médica, Mãe de doze, e mais recentemente, Avó de uma e linda e pequenina menina. Mitzi, em pequenas, simples e curtas palavras, é Amar, é Felicidade, é Dedicação, é Pureza, é Mãe. E, para mim, como para qualquer filho no mundo, o significado de Mãe é a minha Mãe. Mãe é Mitzi. Por mais dicionários que eu folheie, por mais significados que eu procure, ou por mais sinónimos que eu encontre, todos eles, vão ter ao mesmo. Mitzi! Pouco sei sobre o passado dela. Pouco, porque uma vida não se conta, vive-se. Mas desse pouco que sei, desse pouco que vou aprendendo e descobrindo, dia após dia, ano após ano, sei, que não há ninguém mais bela que ela. Mitzi! Mitzi é Equilíbrio. É a balança necessário dentro da nossa vida. É o prato, da mais bela, mas simples e aparentemente inquebrável, porcelana, da balança. Mitzi! Mitzi é Amor. Amor incondicional. Amor indiscutível. Amor imensurável. Amor repartido, de igual forma, por doze. Não há um favorito. Não pode escolher um favorito. Não quer escolher um favorito. Não tem que haver um favorito. Divide-se por todos, e esses todos, fazem um. Mitzi! Mitzi é Apaixonada. Apaixonada pela Música. Apaixonada pela Literatura. Apaixonada pela Arte. Apaixonada pelos Seus. Mitzi! Mitzi é Força. Força de querer. Força de erguer. Força de seguir. Força de andar em frente, por entre um turbulento e vertiginoso caminho, sem transpor uma réstia de fraqueza, uma gota de suor, um momento de incerteza. Mitzi! Mitzi é Orgulhosa, mas não Vaidosa. Orgulhosa de si. Orgulhosa dos seus. Mas não espera retribuições. Mitzi! Mitzi é Alegria. Alegria que dá abertamente aos seus. Alegria que recebe com certa facilidade. Alegria que gosta de partilhar. Alegria que gosta de transmitir. Mitzi! Mitzi é Dedicação. Dedicação aos filhos. Dedicação à família. Dedicação ao trabalho. Dedicação aos amigos. E por último, por mais que me confunda, vem a Dedicação a Si. Mitzi! Mitzi é Inspiração. Inspiração de Vida. Inspiração de Alegria. Inspiração de Escrita. Com Mitzi comecei a andar. Não me lembro desse dia, porque os anos já lá vão, mas sei, o dia exacto a que se refere, também graças a Mitzi. Vinte e Quatro de Janeiro de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro. Dia de Aniversário. Exame de Especialização. Eu começo a caminhar. Quase, ou certamente, como gosto de imaginar, até a dançar. Dançar de Alegria. Dançar por Mitzi. Dançar por Mim. Com Mitzi comecei a escrever. Por Mitzi despertei em Mim, algo tão natural como o gosto pela escrita. Dia da Mãe. Concurso de Poesia para o “Dia da Mãe”. Terceira Classe. Quarta Classe. Consecutivamente descrevi aquilo que sinto hoje. Orgulho, Honra, Felicidade e Sorte por Mitzi estar na minha vida. Por Mitzi ser minha Mãe. Nesses dias, despertei em mim, o interesse e gosto pela Escrita, ao inspirar-me em Mitzi. Inspirar-me em Mitzi, para de alguma forma, Transmitir, o Intransmissível. Descrever o Indescritível. Escrever e Descrever Mitzi. Escrever algo que, por mais que eu escreva, estará sempre incompleto. Estará sempre curto. Estará sempre longe da realidade. Escrever e Descrever Mitzi. Gostava de saber, ou talvez de me lembrar, das pequenas, mas também elas grandes, frases, com que descrevi Mitzi. Com que descrevi Mãe, e o Amor que qualquer filho sente pela sua Mãe. E da mesma forma que dedicava esses poemas, dedico-te, hoje, este. Para a melhor Mãe do Mundo, do Universo, da Galáxia, da Vida. Para Ti Mitzi.
Comentários
com dedicatórias assim, que mais poderá uma mãe querer, pergunto eu.