Excertos de um Soldado II
(…) «Em sentido, na formatura, e de arma em punho, o soldado, solitário no meio do seu próprio grupo, observa atentamente o infinito, que a sua mente descreve e observa, discretamente, enquanto o capitão, na sua pose habitual, comunica tranquilamente ao seu esquadrão, as suas tarefas, para esse dia, que tão cedo teimava a nascer.Entretanto, do outro lado do quartel, faziam-se ouvir os gritos da oposição. Não eram uns gritos quais queres, mas sim uns gritos mecanizados, produzidos, por algo a que vulgarmente se chama de armas. Armas, tiros, bombas, explosões, isso era o que ouvia nessa manhã, tal como em muitas outras, para variar um bocado o monótono dia que se previa, vir dia após dia. Enquanto isso, o soldado, solitário, e em sentido, teimava em vacilar por entre o seu infinito, e pensava em quanto sentia a falta de tudo aquilo que tomara como garantido, durante estes últimos anos todos, mas que agora pareciam cada vez mais longe, e cada vez menos seu. Em sentido, ele sentia, aqueles outros sentimentos, opostos, aos que lhe tinham sido impostos, nesta fase da sua vida, que, também ela lhe tinha sido imposta.» (…)
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